Automedicação em Crianças: Análise dos Riscos à Saúde e o Papel da Farmácia no Atendimento Pediátrico

Publicado 2025-01-22

  • Liana de Sousa Silva
  • ,
  • Francisco Wanderlei Lima Silva
  • ,
  • José Damião da Silva Filho
  • ,
  • Anielle Torres de Melo
  • ,
  • Rodolfo de Melo Nunes


PDF

Palavras-chave: Automedicação, Cuidados Pediátricos, Riscos à Saúde, Farmácia

Resumo

A automedicação, prática amplamente disseminada, tem sido uma das principais causas de intoxicação e efeitos adversos à saúde, especialmente quando realizada de forma inadequada. Embora a automedicação responsável possa trazer benefícios, como a redução de sintomas e custos com saúde, sua prática indiscriminada constitui um grande desafio para a saúde pública. Este estudo teve como objetivo investigar os comportamentos relacionados à automedicação infantil na cidade de Aracati, Ceará. Foi realizado um estudo descritivo, quantitativo e prospectivo com aplicação de questionário a pais ou responsáveis de crianças com idade de 0 a 14 anos, que buscaram medicamentos sem prescrição médica em farmácias comunitárias. A amostra foi composta por 95 participantes, e os dados foram analisados por meio do programa IBM SPSS Statistics®. Os resultados mostraram que a prática de compartilhamento de medicamentos e a guarda de sobras de medicamentos foram comuns entre os responsáveis. Além disso, a maioria dos participantes indicou o uso de antitérmicos e analgésicos sem prescrição médica, sendo os balconistas de farmácia a principal fonte de recomendação. O principal motivo para a automedicação foi o elevado custo das consultas médicas. A pesquisa conclui que, apesar de alguns benefícios, a automedicação, quando realizada de forma inadequada, pode trazer sérios prejuízos à saúde infantil, sendo necessário promover a educação em saúde para conscientizar a população sobre os riscos dessa prática.


Referências

  1. ALMEIDA OE, DÂMASO BA, DOMINGUES MR, SANTOS IS, BARROS JDA. Uso de medicamentos do nascimento aos dois anos: Coorte de Nascimentos de Pelotas, RS, 2004. Rev. Saúde Pública vol.44 no.4 São Paulo agosto. 2010. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/rsp/2010.v44n4/591-600/en/. Acesso em: 15/09/2020.
  2. BELO NÍDIA, MAIA PATRÍCIA, GOMES SUSANA. Automedicação em idade pediátrica. NASCER E CRESCER BIRTH AND GROWTH MEDICAL JOURNAL 2017, vol. XXVI, n.º 4.
  3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consulta Pública nº 95, de 19 de novembro de 2001. Disponível em: http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B2735-1-0%5D.PDF. Acesso em: 07/03/2020.
  4. CARVALHO DC, TREVISOL FS, MENEGALI BT, TREVISOL DJ. Drug utilization among children aged zero to six enrolled in day care centers of Tubarão, Santa Catarina, Brazil. Rev Paul Pediatr 2008; 26:238-44. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-05822018000400437&script=sci_arttext. Acesso em: 10/09/2020.
  5. DALL´AGNOL, R. S. A. Identificação e quantificação dos problemas relacionados com medicamentos em pacientes que buscam atendimento no serviço de emergência do HCPA. 2004. Dissertação (pós-graduação nível mestrado). Porto Alegre, 2004. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/6451/000441879.pdf?sequence=1. Acesso em: 07/03/2020.
  6. FONSECA EDUARDO, SANTOS ANTÔNIO, SODRÉ VITÓRIA, VEIGA MARIA EDUARDA. A problemática da automedicação na infância. Enfermagem Brasil janeiro, fevereiro 2015;14(2). Disponível em: http://www.portalatlanticaeditora.com.br/index.php/enfermagembrasil/article/view/173. Acesso em: 08/10/2020.
  7. GOULART IC, CESAR JÁ, GONZALEZ-CHICA AD, NEUMANN AN. Automedicação em menores de cinco anos em municípios do Pará e Piauí: prevalência e fatores associados. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. vol.12 no.2 Recife Apr./June 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1519-38292012000200007&script=sci_arttext. Acesso em: 11/10/2020.
  8. HEADLEY J, NORTHSTONE K. Medication administered to children from 0 to 7,5 years in the Avon Longitudinal Study of Parents and Children (ALSPAC). Eur J Clin Pharmacol. 2007;63(2):189-95. DOI:10.1007/s00228-006-0231-y. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/6599783_Medication_administered_to_children_from_0_to_75_years_in_the_Avon_Longitudinal_Study_of_Parents_and_Children_ALSPAC. Acesso em: 15/09/2020.
  9. KOVACS FT, BRITO MF. Disease perception and self medication in patients with scabies. An Bras Dermatol 2006; 81:335-40. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0365-05962006000400005&script=sci_abstract. Acesso em: 10/09/2020.
  10. LESSA, M. de A.; BOCHNER, R. Análise das internações hospitalares de crianças menores de um ano relacionadas a intoxicação e efeitos adversos de medicamentos no Brasil. Revista Bras. Epidemiologia, v.11, n.4, p.660–674, 2008. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/rbepid/2008.v11n4/660-674. Acesso em: 08/03/2020.
  11. LOYOLA FILHO AI, UCHOA E, GUERRA HL, FIRMO JOA, LIMA-COSTA MF. Prevalência e fatores associados à automedicação: resultados do projeto Bambuí. Rev Saúde Pública 2002; 36:55-62. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0872-07542017000400005&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 08/10/2020.
  12. MARIA VAJ. Automedicação, custos e saúde. Rev Port Clin Geral 2000; 16:11-4. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/RFCMS/article/view/10399. Acesso em: 08/03/2020.
  13. MELO ABR, SILVA LD. Segurança na terapia medicamentosa. Esc Anna Nery. 2008 mar; 12(1): 166-72. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452008000100026&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 15/10/2020.
  14. PEREIRA FS, BUCARETCHI F, STEPHAN C, CORDEIRO R. Self–medication in children and adolescents. J. Pediatr (Rio J). 2007; 83:453–8. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/12660/1/S0021-75572007000600010.pdf. Acesso em: 01/10/2020.
  15. PROLUNGATTI CN, GARCIA RCSR, CINTRA SMP, ANÁLIO RIR, PIRES OC. Use of analgesic and anti-inflammatory drugs before assistance in a children’s first aid unit. Rev Dor. 2014 Apr/June; 15(2):96-9. Doi: http://dx.doi.org/10.5935/1806-0013.20140028. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-00132014000200096. Acesso em: 09/04/2020.
  16. SCHIRM E, VAN DEN BERG P, GEBBEN H, SAUER P, DE JONG-VAN DEN BERG L. Drug use of children in the community assessed through pharmacy dispensing data. Br J Clin Pharmacol. 2000; 50:473-8. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572007000600010&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 11/09/2020.
  17. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for the regulatory assessment of medicinal products for use in self-medication. WHO: Geneve; 2000. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/66154. Acesso em: 05/10/2020.

Como Citar

Silva, L. de S., Silva, F. W. L., Silva Filho, J. D. da, Melo, A. T. de, & Nunes, R. de M. (2025). Automedicação em Crianças: Análise dos Riscos à Saúde e o Papel da Farmácia no Atendimento Pediátrico. Brazilian Journal of Biological Sciences, 12(26), e134 . https://doi.org/10.21472/bjbs.v12n26-004

Baixar Citação

Palavras-chave

Edição Atual