Anatomofisiologia da Crucificação de Jesus: Revisão Crítica sob a Perspectiva Médico-Científica

Resumo

“Dois milênios depois, a crucificação de Jesus de Nazaré ainda desafia a medicina forense e a arqueologia. Como um método punitivo tão severo pôde desencadear respostas fisiológicas complexas que continuam a suscitar debate interdisciplinar?” Esta revisão reexamina o caso à luz de evidências biomédicas e achados históricos recentemente revisitados. O objetivo foi analisar criticamente, sob perspectiva interdisciplinar, os aspectos anatômicos, fisiopatológicos e arqueológicos da crucificação, integrando evidências médicas contemporâneas a achados históricos. Conduziu-se revisão narrativa integrativa em bases biomédicas como PubMed, Scopus, Lilacs, Web of Science, BVS, Capes e literatura arqueológica especializada, selecionando estudos clínico-forenses, modelos biomecânicos e documentos da antiguidade clássica. A síntese demonstra que flagelação prévia e fixação com pregos em punhos e pés provocam hipovolemia grave, dor neurogênica intensa e restrição ventilatória progressiva. Esses fatores precipitam acidose metabólica, arritmias letais e possível tamponamento pericárdico, enquanto evidências arqueológicas como restos esqueléticos crucificados e padrões hemáticos têxteis corroboram a plausibilidade das lesões descritas. Modelos experimentais de suspensão humana confirmam hipoxia e fadiga muscular como determinantes da deterioração cardiorrespiratória. A morte resulta de falência cardiorrespiratória multifatorial associada a hipoxia tecidual severa e distúrbio ácido-base crítico. A integração de dados clínicos, forenses e arqueológicos aprofunda a compreensão contemporânea desse método de execução e oferece base científica para discussões médico-legais, históricas e teológicas.

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