Efeitos da Exposição Prolongada a Telas Digitais no Neurodesenvolvimento de Crianças de 1 a 5 Anos

Resumo

O aumento do uso de dispositivos digitais por crianças pequenas tem gerado preocupações quanto aos possíveis impactos no seu neurodesenvolvimento. Considerando a importância dos primeiros anos de vida para a formação de funções cognitivas, linguísticas e socioemocionais, este estudo teve como objetivo analisar os efeitos da exposição prolongada a telas digitais em crianças de 1 a 5 anos de idade. Trata-se de uma pesquisa observacional, transversal e quantitativa, realizada com uma amostra de 85 crianças recrutadas em unidades básicas de saúde e instituições de ensino infantil. A coleta de dados foi conduzida por meio de questionários aplicados aos responsáveis e de instrumentos padronizados, como a Escala de Desenvolvimento de Denver II, o Child Behavior Checklist (CBCL) e o Brief Infant Sleep Questionnaire. Os resultados indicaram associação significativa entre tempo excessivo de tela e prejuízos nos domínios da linguagem expressiva, atenção e qualidade do sono. Crianças com exposição diária superior a três horas apresentaram maior frequência de atrasos no desenvolvimento e alterações comportamentais. A análise estatística revelou correlações negativas entre tempo de tela e desempenho linguístico, além de maior incidência de distúrbios do sono. Conclui-se que o uso prolongado de dispositivos eletrônicos está relacionado a impactos negativos no neurodesenvolvimento infantil, destacando a necessidade de orientação adequada às famílias e de políticas públicas voltadas à promoção de ambientes estimulantes e saudáveis na primeira infância.

Referências

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