Enriquecimento Ambiental em Ratos Wistar: Análise de Métodos e Efeitos Descritos em Artigos Científicos de Universidades Brasileiras

Resumo

Há séculos, animais são utilizados para adquirir conhecimentos científicos, impulsionando a ciência ao longo do tempo.  Com intuito de alcançar tal objetivo foram criados os biotérios, espaços destinados a manter esses animais de pesquisas e submetê-los a experimentos. Nesse contexto, torna-se essencial refletir sobre as condições de vida a que estão submetidos. A criação da Lei Arouca estabeleceu diretrizes básicas para assegurar o bem-estar em cativeiro, tendo como um de seus fundamentos o enriquecimento ambiental (EA). Considerando essa questão ética e legal, o presente estudo analisou protocolos de EA aplicados a ratos Wistar em universidades públicas das regiões Sul e Sudeste do Brasil, a partir de artigos científicos publicados. Foram revisados 21 trabalhos, cada um com objetivos próprios e conduzidos em condições experimentais específicas, como hipóxia, diabetes, estresse crônico e isolamento social. Embora o foco das pesquisas não fosse avaliar diretamente o bem-estar, os resultados revelaram indiretamente diversos benefícios do EA, incluindo redução da ansiedade, melhora da atenção, aumento da plasticidade cerebral e fortalecimento das conexões sinápticas. O enriquecimento físico esteve presente em 100% dos estudos, confirmando sua predominância e fácil aplicação. Entretanto, trabalhos que associaram o EA físico a modalidades cognitivas, sensoriais, sociais e alimentares relataram efeitos mais robustos, evidenciando que a diversidade de estímulos potencializa os resultados. Conclui-se que o EA é uma ferramenta essencial que integra exigências éticas e avanços científicos. A adoção de protocolos mais diversificados e transparentes mostra-se crucial para garantir tanto a qualidade de vida dos animais de laboratório quanto a credibilidade e a robustez das pesquisas realizadas nas universidades brasileiras.

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