Abordagem Diagnóstica e Terapêutica da Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada (ICFEP)

Resumo

A disfunção diastólica (DD) é caracterizada por alterações no relaxamento ventricular, aumento da rigidez miocárdica e elevação da pressão diastólica final, sendo um importante marcador prognóstico na insuficiência cardíaca, especialmente na fração de ejeção preservada (ICFEP). Esta revisão sistemática de coortes analisou a associação entre DD, eventos cardiovasculares adversos maiores (MACE) e mortalidade, incluindo 19 estudos com 63.802 participantes, nove dos quais integrados à meta-análise. A prevalência de DD apresentou ampla variação (mediana de 35,1%; 5,3%–65,2%), refletindo diferenças nos critérios diagnósticos e perfis populacionais. Mesmo com alta heterogeneidade (I² = 85,5%), a DD foi associada a um risco 3,53 vezes maior de eventos cardiovasculares ou mortalidade (IC 95%: 2,75–4,53), demonstrando valor prognóstico independente. A fisiopatologia envolve inflamação sistêmica, remodelamento da matriz extracelular, alterações moleculares em proteínas sarcoméricas e disfunção da SERCA2, fatores que contribuem para rigidez ventricular e comprometimento do relaxamento. Estratégias terapêuticas tradicionais apresentam eficácia limitada, enquanto abordagens inovadoras, incluindo inibidores de SGLT2, moduladores da via NO–cGMP–PKG e agentes como Mavacamten, mostram potencial na melhora de desfechos clínicos. Este estudo reforça a importância do reconhecimento precoce da DD e da adoção de terapias individualizadas, visando reduzir mortalidade, hospitalizações e limitações funcionais associadas à ICFEP.

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